Quando nasceu a Grupa?
O coletivo foi criado em 2016, quando unimos forças e redigimos uma nota de repúdio ao desfile de uniformes do Atlético daquele ano, flagrantemente machista e misógino, uma vez que colocava as mulheres como objetos de enfeite e de agrado ao masculino e não como torcedoras. Desde então, a Grupa se concentrou em ações de engajamento e de empoderamento, servindo de referência para torcedoras que não acessavam os estádios por falta de companhia e/ou pela sensação de insegurança. Nesse processo, passamos a criar conteúdos próprios, tratando de futebol e do enfrentamento à intolerância. Além disso,realizamos diversas campanhas de sensibilização nas redes sociais e nos estádios.
Qual o tamanho da Grupa?
Não temos como precisar. Éramos um grupo reduzido que se comunicava entre Mensagens Diretas no Twitter, mas, como a cada dia mais mulheres e homens nos procuram para fazer parte, criamos um endereço @grupagalo que está aberto a toda aquela e aquele que queira participar. Cada dia mais pessoas nos procuram e querem nos encontrar e conhecer. Hoje temos Grupas por todos os cantos.
Não somos uma torcida organizada
A Grupa não perde a oportunidade de se encontrar pessoalmente, principalmente em jogos do Galo, o que não nos credencia como torcida organizada. Estamos mais para uma “Bagunça Organizada”, seguindo uma boa tradição atleticana. Em campo, todo mundo pode colar com a gente. Somos 100% apoio, anti-corneta e fazemos análises táticas. Não usamos xingamentos homofóbicos, não vaiamos o time, técnico ou jogador e jamais vamos tolerar quem xinga bandeirinha por ela ser mulher.

Homens são bem vindos ou é um grupo restrito?

Sempre foram, e muitos participam desde o início. Quando vamos ao jogos, encontramos com vários amigos, levamos irmãos, pais, namorados, maridos… O fato de ter um nome feminino, apenas por diversão, não deveria sequer parecer que não aceita homens, já que o contrário seria visto como normal. No entanto, procuramos criar um ambiente de empatia e segurança entre mulheres. A presença masculina não é restrita.